Raiz quadrada
Em matemática, uma raiz quadrada de um número x é um número que, quando multiplicado por si próprio, iguala x.[1] A raiz quadrada positiva de um número real não negativo x é simbolizada por Por exemplo: porque 4 × 4 = 16, e As raízes quadradas são importantes para a resolução de equações quadráticas (equações do 2º grau). A extensão da função raiz quadrada a números negativos leva à criação dos números imaginários e ao corpo dos números complexos.
O primeiro uso do símbolo da raiz quadrada remonta ao século XVI. Pensa-se que a sua origem está na letra r minúscula, primeira letra de radix (em latim, lado). Pode também ser uma operação geométrica - a partir de um segmento de recta dado determinar um outro cujo comprimento seja igual à raíz quadrada do inicial[2].
Propriedades
As seguintes propriedades da função raiz quadrada são válidas para todos os números reais positivos x e y:
A aplicação da função raiz quadrada a um número racional dá em geral origem a um número algébrico; é racional se e somente se x puder ser representado por uma razão entre dois quadrados perfeitos. Por exemplo, é irracional (ver artigo raiz quadrada de dois).
Geometricamente, a função raiz quadrada transforma a área de um quadrado no comprimento do seu lado.
Admita-se que x e a são reais, e que x² = a, e que se quer determinar x. Um erro frequente é aplicar a função raiz quadrada e concluir que x = Tal não é verdade uma vez que a raiz quadrada de x² não é x, mas sim o seu valor absoluto |x| (uma das propriedades acima mencionadas). Portanto, apenas se pode concluir que |x| = ou, de outra forma, que
Quando se pretende provar que a função raiz quadrada é contínua ou diferenciável, ou no cálculo de certos limites, a seguinte propriedade é de grande utilidade:
Tal é válido para quaisquer x e y não negativos, sendo pelo menos um deles diferente de zero.
A função tem o seguinte gráfico:
A função é contínua para todo o x não negativo, e diferenciável para todo o x positivo. (não é diferenciável para x = 0 uma vez que o declive da tangente à curva nesse ponto é +∞. A sua derivada é dada por
As séries de Taylor para x = 1 podem ser encontradas usando o teorema binomial:
As dificuldades de computar raízes quadradas usando-se números romanos e a notação romana para frações levou Vitrúvio a a declarar que extrair a raiz quadrada de 200 não pode ser feito por números [3].
As calculadoras portáteis tipicamente implementam boas rotinas para computar a função exponencial e o logaritmo natural, e elas computam a raiz quadrada de x usando a identidade: A mesma identidade é explorada quando computamos raízes quadradas com tábuas de logaritmos ou réguas de cálculo.
Um algoritmo frequentemente usado para aproximar é conhecido como "método babilônio" (porque, especula-se, este era o método usado na Mesopotâmia para calcular a raiz quadrada[4], e é o mesmo obtido ao aplicar-se o Método de Newton à equação Para se encontrar a raiz quadrada de um número real n, processa-se como a seguir:
Este algoritmo é quadraticamente convergente, que significa que o número de dígitos corretos de r dobra a cada repetição.
Ele, entretanto, não dá a raiz exata, mas dá uma ótima aproximação. Abaixo, um exemplo do método para melhor compreensão
O método babilônio é um método que dá uma aproximação da raiz quadrada. Ou seja não é um método perfeito, apresenta uma margem de erro (muito pequena, desprezível para cálculos que não necessitam muita precisão. De fato, dependendo da aproximação todas as casas decimais estarão corretas). Mas se for para cálculos simples, é bom, pois não é necessário tanto rigor.
Digamos que se queira extrair a raiz quadrada de 66.
5²=25 6²=36 7²=49 8²=64 9²=81
Nesse caso o quadrado que mais se aproxima é 64. Nota: Usa-se sempre o quadrado menor que o número procurado, mesmo que o quadrado maior seja mais próximo.
66:8 = 8,2
Nesse exemplo chamaremos 8,2 como B
8 + 8,2 = 16,2 16,2 : 2 = 8,1
66 : 8,1 = 8,148
8.1 + 8.148 = 16.248 16.248 : 2 = 8,124
Essa seria a raiz quadrada de 66. Poderíamos dividir o 66 por E e continuar esse mesmo processo, só que isso acabaria por dar algumas imprecisões. E como geralmente não se necessita uma raiz quadrada precisíssima, então podemos dizer que é desnecessário prosseguir. Mas caso queira continuar, o algoritmo continua o mesmo e você pode tentar chegar á 10 ou 12 casas decimais. Mas o resultado seria um pouco impreciso.
Então podemos dizer que a raiz quadrada de 66 é aproximadamente 8,124. Ao testarmos numa calculadora: 8,124038405... Ou seja esse método é bom para achar a raiz quadrada.
Este método, apesar de muito mais lento que o método Babilônio, tem a vantagem de ser exato: dado um número que tem uma raíz quadrada cuja representação decimal termina, então o algoritmo termina e produz a raiz quadrada correta após um número finito de passos. Ele pode ser usado, portanto, para checar se um dado número é um quadrado perfeito.
Escreva o número em decimal e divida-o em pares de digitos, começando do ponto. Os números são colocados de uma maneira similar ao algoritmo de divisão longa e a raíz quadrada final aparecerá acima do número original.
Para cada iteração: Traga para baixo o par o mais significativo dos dígitos ainda não usados e adicione-os a todo o restante. Este é o valor atual consultado em etapas 2 e 3. Se r denotar a parte do resultado encontrado assim distante, determine o maior digito x que não faz y = x(20r + x) para exceder o valor atual. Coloque o dígito novo x na linha do quociente. Subtraia y do valor atual para dar forma a um restante novo. Se o restante for zero e não houver não mais dígito para trazer para baixo o algoritmo terminou. Se não continue com etapa 1. Exemplo: Que é a raiz quadrada de 152,2756?
____1__2._3__4_ | 01 52.27 56 1 x 01 1*1=1 1 ____ __ 00 52 22 2x 00 44 22*2=44 2 _______ ___ 08 27 243 24x 07 29 243*3=729 3 _______ ____ 98 56 2464 246x 98 56 2464*4=9856 4 _______ 00 00 O algoritmo termina: a resposta é 12,34
Embora demonstrado aqui para números da base 10, o procedimento trabalha para algumas bases, incluindo a base 2. Na descrição acima, 20 meios dobram a base de número usada, no exemplo de binário isto seriam realmente 100 . que o algoritmo está no fato muito mais fácil de executar na base 2, como em cada etapa somente os dois dígitos 0 e 1 têm que ser testados.
A equação de Pell permite encontrar a parte inteira de uma raiz quadrada simplesmente subtraindo inteiros ímpares. Por exemplo, para calcular a parte inteira da raiz quadrada de 19, calcula-se a sequência:
1. 19 – 1 = 18 2. 18 – 3 = 15 3. 15 – 5 = 10 4. 10 – 7 = 3 5. Como 3 é menor que 9, a sequência para aqui. Como 4 subtrações foram efetuadas, então a resposta é 4.
Ou seja, para calcular a parte inteira da raiz quadrada n de um número inteiro positivo m, pode ser usado o seguinte trecho de programa:
n = 0 i = 1 while (m >= i){ m = m – i; i = i + 2; n = n + 1; }
Observe-se que se n é a raiz exata, o valor final de m é zero.
Baseado na Equação de Pell's este é um método para obter a raiz quadrada simplesmente subtraindo números ímpares.
Ex: Para obter nós começamos com a seguinte sequência:
5 passos foram tomados e isso nos leva que a parte inteira da raiz quadrada de 27 é 5.
Efetua-se: resultado do último passo * 100 e número de passos da sequência anterior * 20 + 1
e
O próximo número é 1.
Em seguida efetua-se: resultado do último passo * 100 e ((número de passos da primeira sequência * 10) + (número de passos da segunda sequência)) * 20 + 1
e
O próximo número é 9.
O resultado nos dá 5.19 com uma aproximação da raiz quadrada de 27.
Irracionais Quadráticos, que são os números envolvendo raízes quadradas na forma (a+√b)/c, são compostos por períodos de frações continuadas. Isto faz com que elas sejam fáceis de serem calculadas recursivamente, dado o período. Por exemplo, para calcular √2, nós temos que usar o fato de que √2-1 = [0;2,2,2,2,2,...], e usar a relação recursiva: an+1=1/(2+an) com a0=0 para obter √2-1 dada uma precisão especificada por n níveis de recursividade, e adicionar 1 ao resultado para obter √2.
Para todo número complexo z não-nulo existem exatamente dois números w tais que w² = z. A definição usual de √z é como segue: se z = r exp(iφ) é representado em coordenadas polares com -π < φ ≤ π, então fazemos √z = √r exp(iφ/2). Isto definido, a função raíz quadrada é holomórfica em todo ponto exceto nos números não-positivos reais (onde ela não é nem contínua). A série de Taylor acima para √(1+x) continua válida para números complexos x com |x| < 1.
Quando o número complexo está na forma retangular, a seguinte fórmula pode ser usada:
onde o sinal da parte imaginária da raiz é o mesmo que o sinal da parte imaginária do número original.
Perceba que, por causa da natureza descontínua da função raiz quadrada no plano complexo, a regra é em geral falsa. Se for tomada erroneamente como verdadeira, esta regra pode levar a numerosas "provas" erradas, como por exemplo a seguinte prova real que mostra que -1 = 1:
A terceira igualdade não pode ser justificada.
Porém, a regra pode estar errada apenas até um fator -1, é verdadeiro para ambos ± tanto + como - (mas não ambos ao mesmo tempo). Perceba que portanto e finalmente com o uso de = e
Se A é uma matriz positiva definida (ou um operador positivo definido), então existe exatamente uma matriz positiva definida (idem para operador) B tal que B² = A; definimos
Mais genericamente, para cada matriz ou operador normal A existem operadores normais B tais que B² = A. Em geral, há vários operadores B para cada A e a função raiz quadrada não pode ser definida para operadores normais de uma maneira satisfatória.
Decimal | Romana |
---|---|
1 | I |
2 | II |
3 | III |
4 | IV |
5 | V |
6 | VI |
7 | VII |
8 | VIII |
9 | IX |
10 | X |
20 | XX |
30 | XXX |
40 | XL |
50 | L |
60 | LX |
70 | LXX |
80 | LXXX |
90 | XC |
100 | C |
200 | CC |
300 | CCC |
400 | CD |
500 | D |
600 | DC |
700 | DCC |
800 | DCCC |
900 | CM |
1000 | M |
2000 | MM |
3000 | MMM |
4000 | IV |
5000 | V |
6000 | VI |
7000 | VII |
8000 | VIII |
9000 | IX |
10000 | X |
100000 | C |
500000 | D |
1000000 | M |
O sistema de numeração romana (ou números romanos) desenvolveu-se na Roma Antiga e utilizou-se em todo o seu Império.